4º SIMPÓSIO NACIONAL DE GESTÃO PÚBLICA E PRIVADA

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Saúde e Governança

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*Leonardo Carap

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Administradores do setor saúde têm buscado se beneficiar de modelos oriundos de outros setores da economia, aprendendo, customizando e incorporando em suas próprias organizações as soluções dos problemas de gestão e uso de recursos já testados e implementados por outrem.

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Porém, as complexas interações entre as demandas assistenciais, tecnológicas, administrativas e regulatórias que compõem o pano de fundo característico do cenário sobre o qual os gestores e profissionais de saúde devem exercer suas atividades e gerar valor para os consumidores das organizações e serviços de saúde, nem sempre resulta no sucesso esperado. Há que satisfazer as expectativas e necessidades, primariamente dos pacientes e seus familiares, mas, também, de trabalhadores, gestores, controladores, financiadores e reguladores dos sistemas de saúde.

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As tecnologias assistenciais, equipamentos e procedimentos dão saltos; a tecnologia da informação e comunicação também, mas, as técnicas de administração dos serviços de saúde, com raras exceções, têm claudicado. Então, resolver o gapentre gestão assistencial e gestão administrativa demanda integrar onde o padrão vigente ainda é o da fragmentação herdada dos primórdios da administração.

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Visando melhorar a gestão administrativa, a credibilidade e a imagem, algumas instituições de saúde optaram pela Governança Corporativa, que, apesar de ser obrigatória apenas para empresas de capital aberto, mostrou-se excelente para o desenvolvimento organizacional, institucionalizando processos decisórios, direcionamentos e avaliação de rumos através das boas práticas de governança, enquanto a gestão se ocupa de planejar os direcionamentos decididos pela alta administração e a executar as obrigações operacionais.

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Esse modelo de sucesso inspirou os gestores do NHS (sistema de saúde inglês) a buscar algo assemelhado que incluísse os serviços prestados aos pacientes. Assim, surgiu a Governança Clínica. Apesar do foco em processos mais afeitos à área da gestão assistencial, buscou-se um paralelo conceitual-metodológico com a Governança Corporativa no sentido de propor soluções integradoras para a melhoria do Sistema de Saúde como um todo.

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A Governança Clínica partiu em busca de aprendizado por melhor qualidade e segurança dos serviços, comprometimento dos profissionais de saúde (notadamente os médicos, para que assumissem a administração das demandas) e a solução estrutural de alguns desacertos organizacionais e operacionais identificados, já que as filas estavam imensas e os custos proibitivos.

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Para obter sucesso, mostrava-se necessário estabelecer mecanismos efetivos de comunicação e integração entre médicos e administradores do sistema, aproximando a decisão clínica e o processo gerencial pelo compartilhamento entre médicos e administradores. Assim, o desempenho profissional qualificado, o uso eficiente de recursos e a gestão dos riscos assistenciais, quando acrescidos de pacientes satisfeitos com o serviço recebido, abriram as portas aos formuladores e gestores para expandir e explicitar esses conceitos que, originalmente, foram classificados em 4 eixos: Efetividade e Eficiência Clínica; Gestão de Riscos; Auditoria Clínica; e Experiência do Paciente.

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A evolução e impacto desses modelos nas Organizações de Saúde serão debatidos no Painel GOVERNANÇA NO CONTEXTO DAS ORGANIZAÇÕES E SISTEMAS DE SAÚDE, durante o 4º Simpósio Nacional de Gestão Pública e Privada que ocorrerá nos dias 27 e 28 de abril próximo, em Goiânia.

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                                                                   *Leonardo Carap é médico do Ministério da Saúde; professor da Universidade Federal Fluminense; diretor técnico da Qualimed;  Fellow do Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs), mestre em Administração de Empresas.

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