Hospital do futuro: Como aplicar as novas tecnologias como internet 5G e inteligência artificial nas organizações de saúde?

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Assunto foi amplamente debatido durante o 4° Simpósio Nacional de Gestão Pública e Privada

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Durante os dias 27 e 28 de abril (quinta-feira e sexta-feira), Goiânia sediou o 4° Simpósio Nacional de Gestão Pública e Privada no Teatro Sesi. O evento foi promovido pelo presidente da comissão do Simpósio, executivo Renato Gomes do Espírito Santo, do Instituto RG – Consultoria em Gestão. Participaram nos dois dias de evento mais de 50 palestrantes de renome regional, nacional e mundial, que discutiram temas atualizados sobre gestão estratégica público-privada, tecnologia e inovação na saúde, qualidade e segurança do paciente, custos com a saúde entre outros. Ainda prestigiaram o encontro, profissionais e acadêmicos da área da saúde, do direito, da economia, da tecnologia da informação, das engenharias, administração de empresas, psicologia, assistentes sociais, entre outros.

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O simpósio ainda teve como objetivo discutir os desafios que esse mercado tem enfrentado e ainda vai enfrentar, o papel das instituições nos quesitos liderança, qualidade, experiência do paciente, custos, judicialização, remuneração e a transformação digital. Além disso, não se pode deixar de pensar em inovação que está diretamente ligada a novas tecnologias e ao pensar nisso de imediato já se faz ligação com o futuro e nesse quesito entra o debate acerca do hospital do futuro. A tecnologia está transformando a área da saúde e impacta de forma positiva esse mercado. Foi durante a pandemia da Covid-19 lançado o gatilho que acelerou a adoção de novas tecnologias na saúde, como por exemplo, a telemedicina, a cirurgia robótica, e a receita médica digital com a compra de medicamentos online.

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Foi pensando nisso, o discurso do físico, fundador e diretor executivo da BrasilRad, Walmoli Gerber Jr.. “Um hospital do futuro pode ser definido como uma instituição de saúde altamente tecnológica, centrada no paciente e na prevenção de doenças e, principalmente, de acidentes. Esse tipo de lugar também busca prevenir desperdícios, ganhar eficiência, incluir a comunidade e o próprio indivíduo, empoderar o paciente. E, acima de tudo, busca prestar serviços de saúde com qualidade e segurança. É preciso cada vez mais integrar os cuidados do paciente desde a atenção primária até a reabilitação. E o hospital é o elemento central deste cuidado. Defendo que no hospital do futuro devem estar presentes algumas importantes características, que inclui a tecnologia com inovação: o hospital do futuro deve estar equipado com as tecnologias mais avançadas disponíveis no mercado, desde equipamentos médicos de última geração até sistemas de informação e comunicação que permitem uma troca rápida e eficiente de informações médicas. Porém, nada disso vale sem pessoas. Os profissionais da saúde são fundamentais, eles vêm antes da inovação e antes da tecnologia. Formação de talentos para manipular a inovação tecnológica é vital”, concluiu Jr.

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A palestra magna e tema central do evento abriu oficialmente o Simpósio no dia 27 de abril, e foi ministrada por Gonzalo Vecina Neto, médico sanitarista, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); ex-secretário municipal de Saúde de São Paulo e ex-CEO do Hospital Sírio Libanês. Para o professor Gonzalo é importante “fazer uma análise da assistência hospitalar brasileira com foco na demografia, perfil epidemiológico, recursos humanos, tecnologia, medicalização, custos, revisão do papel do cidadão, legislação, equidade, hospital centrismo, regionalização, fracionamento do cuidado, oferta de leitos, modelos de avaliação externa, terceirização, relacionamento público-privado e a desospitalização”, ressaltou.

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Outro assunto apresentado durante o Simpósio, e que chamou bastante a atenção dos participantes, diz respeito a gestão estratégica das pessoas com mais de 50 anos nas organizações. O diretor-executivo da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade, Fabio Rocha destacou sua visão sobre o assunto. “Em primeiro lugar, a minha impressão sobre o Simpósio é a mais positiva possível. Esse momento é uma tradução do que há de mais novo e mais atual na gestão de saúde. As organizações de saúde ou se reinventam, entendam esses novos paradigmas, essa nova forma de fazer saúde ou vão ficar para trás. Eu vim especialmente para falar sobre a geração 50+. Atualmente são mais de 50 milhões de brasileiros que tem 50 anos ou mais, a pirâmide etária brasileira mudou. O Brasil não é mais um país só de jovens e até 2040 estima-se que 57% da força de trabalho nas organizações, terão 45 anos ou mais. Então falamos um pouquinho sobre a importância desse tema para o mercado, para a sociedade, para as organizações e para os 50+ na área da saúde e particularmente os 50+ são prioridades para as suas lideranças e gestão, mas a gente precisa ampliar esse olhar e que seja um olhar conectado ao negócio”, afirmou Rocha.

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Além disso, os holofotes também se voltaram para um tema que despertou bastante a curiosidade dos presentes: Escritório de Experiência do Paciente. Atuando há 18 anos na área de Gestão Administrativa e relacionamento comercial, Gisele Alves Rodrigues Faria discorreu sobre o assunto. “Na nossa mesa nós debatemos muito sobre a experiência do paciente, a qualidade e a segurança que são conceitos que são diferentes, mas se complementam e sempre andam juntos. Esses conceitos são muito importantes para o escritório porque eles dão uma diretriz para aquilo que são as ações e escopo do escritório de experiência. E por fim, há a medição das ações implementadas na instituição e se elas surtem algum efeito”, complementou.

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E não ficou por aí. O mestre em administração com ênfase em Saúde, Christiano Quinan participou por teleconferência direto dos Estados Unidos onde reside atualmente. Como um dos participantes do mini curso sobre Gestão da Qualidade e Segurança do Paciente, Quinan apresentou a sua visão sobre a experiência do paciente. “Eu quero destacar a minha reflexão sobre a lagarta e a borboleta e dizer para vocês que a gente não precisa de mudança, a gente precisa é de transformação, o porque fazer aquilo que era feito melhor não resolve mais na Saúde. O que é importante e aí eu quero convidar vocês a fazer essa reflexão porque para transformar a Saúde, a gente vai precisar de algo além disso, a gente vai precisar fazer aquilo que era feito de forma diferente. Respeitando todos os protocolos, mas a gente tem que trazer o lado humano, resgatar a conexão e empatia. Vamos começar pelo básico, porque afinal de contas a gente cuida de pessoas. E para finalizar a minha última reflexão é sobre um ensinamento de Peter Drucker um dos papas da Administração. Ele diz o seguinte: “Inovação é o ato de atribuir novas capacidades aos recursos (pessoas e processos) existentes na empresa para gerar riqueza”. Eu complemento sobre gerar riqueza para o paciente. Quer seja na qualidade, quer seja na segurança e também na experiência do paciente. E aí eu encerro com a seguinte pergunta: você quer ser inovador ou retardatário?”, concluiu.

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Como dissemos, o Simpósio foi realizado durante dois dias e no segundo dia, os trabalhos iniciaram com a discussão sobre inovação, gestão e novas habilidades para o mercado do futuro. Acadêmico do 4° ano de medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC – GO), Pedro Henrique Pessoa Português de Souza destacou a importância do evento para o debate de assuntos extremamente relevantes. “A gestão no meio acadêmico é um tema muito importante e que na maioria das vezes é encontrado somente na teoria. É um tema que é muito pouco abordado. De uma forma que temos muitas matérias que contemplem o assunto, mas pouco abordado na prática. Esse momento traz à tona a importância da inserção do acadêmico nas gestões tanto pública como privada e participar do Simpósio traz pra gente além de experiência, uma diferenciação no mercado”, destacou.

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Em um outro momento, foi apresentado o cenário sobre gestão da qualidade e segurança do paciente. Um dos participantes da mesa redonda que debateu o assunto, o comunicólogo e professor, J. Antônio Cirino enfatizou sobre como comunicar a qualidade e segurança para engajar todos. “É um assunto extremamente importante, mas como engajar as pessoas? Esse com certeza é um dos maiores desafios. A qualidade mexe e vai cutucar para nos despertar para as mudanças. E mudar dói. É preciso construir de fato um propósito e perceber qual lema devemos levantar e qual o objetivo esperado com esse assunto da gestão da qualidade e segurança do paciente”, provocou a plateia a pensar sobre o assunto.

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Ainda sobre o mesmo tema, o doutor em Saúde, Victor Grabois apresentou a versão dele. “Atualmente o olhar para a segurança do paciente tem uma abordagem sistêmica, mas que envolve cultura, processo, comportamento, tecnologia, ambiente, ou seja, se pensa em um conjunto desses elementos e contribui para que a gente tenha um cuidado mais seguro”, afirmou.

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E para encerrar o evento, uma das maiores autoridades em management no Brasil, José Salibi Neto falou sobre impacto da tecnologia na transformação da gestão. Segundo ele, o mundo está mais complexo, com clientes mais empoderados pela tecnologia e o surgimento de novos modelos de negócios e novas concorrentes. Um dos maiores desafios das empresas está na condução da gestão, que necessita de fato ser compatível com a transformação cultural e digital almejada. A tecnologia está transformando as relações e a comunicação das organizações com colaboradores e demais públicos, exigindo um novo papel de líderes, executivos e empreendedores. Uma das formas de acompanhar as mudanças aceleradas é ir além do conhecimento tradicional e acadêmico que se mostra engessado no contexto atual. O mentor de empresas e palestrante ajudou a introduzir no Brasil os principais conceitos de Gestão Contemporânea nos últimos 25 anos, período em que conviveu e trabalhou com os principais pensadores da gestão como Peter Drucker, Jack Welch, Michael Porter, Philip Kotler, Jim Collins, entre outros.

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E por último, o organizador do evento, o fundador e diretor executivo do Instituto RG – Consultoria em Gestão, Renato Gomes do Espírito Santo fez um balanço desses dois dias de simpósio. “O evento trouxe como proposta o debate de ideias que permeiam o atual cenário brasileiro na área da saúde, visando contribuir com sua constante evolução. “Diante das mudanças e desafios no cenário da saúde, durante dois dias, especialistas, de diversas áreas, discutiram sobre as tendências e inovações nos modelos de gestão pública e privada. Foram abordados o papel das instituições nos quesitos Liderança, Qualidade, Segurança do Paciente, Custos, Direito Médico e Judicialização, Remuneração e Transformação Digital, benefícios da Acreditação, Governança corporativa, Compliance, Lei Anticorrupção, 50+ nas organizações, Inovação e Empreendedorismo. Inovação Técnológica e muito mais. Recebemos inúmeros feedbacks positivos e isso nos mostra que estamos no caminho certo. Compartilhei dois dias maravilhosos ao lado de personalidades médicas e de outras áreas em que eu aprendi muito, inclusive com um grupo de jovens estudantes de medicina que me ajudaram muito a ter uma visão mais ampla sobre o cenário atual em que vivemos. Até brinquei que os adotei como filhos a partir de hoje. Só agradecer muito a todos que aqui estiveram e até quem não pode comparecer, pensamos em vocês também e por isso, as gravações estão disponíveis no canal do IRGCast no Youtube”, disse.

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Depoimento

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A membro da Comissão de Chamamento das Organizações Sociais da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Andrea Peixoto, prestigiou o simpósio e destacou a oportunidade de poder se atualizar sobre diversos assuntos relacionados a área da Saúde. “O evento é a oportunidade de nos atualizarmos sobre assuntos atuais na gestão pública e privada da Saúde. É uma oportunidade para ouvirmos expoentes da área como o médico e sanitarista professor Gonzalo Vecina Neto. Também ter numa só mesa, debatendo o atual secretário de Saúde do Estado de Goiás, dr. Sérgio Vencio, o Presidente da Unimed, dr. Sergio Baiocci, os secretários de saúde dos dois maiores municípios do Estado, Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães e de Senador Canedo Veronica Savatin, relatando suas experiências na condução da saúde nestes dois municípios. À mesa também dr. HAIKAL Helou, presidente da APACEG – Associação dos Hospitais de Alta Complexidade, Francisco Balestrin, presidente do Sindicato dos Hospitais, Washington Luís, presidente da associação dos hospitais privados de Goiás e outros. Todos, com suas respectivas visões do público e privado. Grande oportunidade! Parabéns ao dr. Renato Gomes idealizador do evento, tão necessário para a Saúde goiana”, finalizou.

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