Doença atinge até 11 % das mulheres, mas segue pouco identificada
O Hospital Santa Helena abraça com entusiasmo a campanha de conscientização sobre o lipedema, realizada em junho — mês dedicado a romper tabus, elevar o entendimento sobre a doença e facilitar o diagnóstico precoce. Estima-se que cerca de 11% das mulheres no mundo e pelo menos 5 milhões de brasileiras apresentem sintomas da condição, mas muitas não sabem que é uma enfermidade reconhecida.
O lipedema é uma doença crônica que provoca acúmulo simétrico de gordura em membros inferiores (e, às vezes, braços), poupando pés e mãos. Segundo o angiologista Fábio Campedelli, ter pernas desproporcionais ao tronco é apenas um dos sintomas. “Essas mulheres sofrem com dores, sensação de peso nas pernas, inchaço, hematomas frequentes e dificuldade de emagrecimento nos membros, os quais não respondem a dietas e exercícios como o restante do corpo”, explica o especialista.
O agravamento do lipedema geralmente ocorre com: mudanças hormonais como puberdade, gravidez e menopausa; dieta rica em gorduras saturadas, açúcares e alimentos processados; inatividade física ou perfis de baixo impacto circulatório; problemas vasculares, como insuficiência venosa ou predisposição genética
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico é clínico, realizado por angiologistas ou cirurgiões vasculares, com base em anamnese e exame físico. Exames de imagem (como ultrassom, linfocintigrafia e Doppler) são empregados para excluir doenças associadas.
Abordagens
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) tem atuado como referência e fonte de informação sobre o lipedema, reforçando a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado. De acordo com o cirurgião plástico do HSH Fabiano Arruda, existem diferentes estágios do lipedema e as opções de tratamento disponíveis, incluem cirurgias plásticas e outras abordagens terapêuticas como: terapia de compressão (meias elásticas específicas de baixa elasticidade) para reduzir dor e edema; drenagem linfática manual em sessões regulares; exercícios físicos, sobretudo de baixo impacto (caminhada, natação, bicicleta); dieta anti-inflamatória, com redução de açúcares refinados, gorduras ruins e alimentos processados, entre outros.
De acordo com o médico Fabiano, a cirurgia é recomendada para casos que não respondem ao tratamento conservador, sobretudo em estágios avançados. Inclui: dor crônica intensa e sensibilidade que não melhora com fisioterapia, dieta e drenagem linfática; perda de mobilidade ou dificuldade para caminhar devido ao aumento de volume dos membros; impacto emocional importante, com prejuízo da autoestima e qualidade de vida; progressão do estágio da doença, mesmo com acompanhamento clínico; hematomas recorrentes e inflamações frequentes nos membros acometidos.
O Hospital Santa Helena fortalece a mensagem de que o diagnóstico precoce salva a mobilidade, reduz a dor e melhora a qualidade de vida. Destaca que possui uma rede de profissionais aptos ao tratamento, pois com a abordagem certa, é possível frear a doença e minimizar seus impactos.
Texto: Marilane Correntino
Fotos: Divulgação



